Tem uma pedra no meio do caminho. E agora?
Atualizado: 23 de jul. de 2019
Uma reflexão sobre como encarar os momentos difíceis que se impõem em nossa caminhada.
No caminhar, sempre existirão pedras, e, como descreveu Carlos Drummond em seu célebre poema, nunca nos esqueceremos do momento em que as encontramos, pois são acontecimentos, os quais nem as “retinas fatigadas” as perderão na memória. Mas por que o encontro com as pedras é tão inesquecível e relevante em nossas caminhadas?
Sugere-se que as pedras designam fatos ou circunstâncias da vida que nos fazem parar, refletir e agir, e, muitas vezes, são representadas por dores físicas ou na alma, por equívocos provocados pela invigilância do ser e por pressões e por sofrimentos das mais variadas ordens. Embora possamos assumir que o problema é a pedra, podemos, de outro modo, entender que a grande questão é o que dela fazemos.
Incentivado por um vídeo motivacional da Igreja Universal de Deus, apresento mestres de outrora que fizeram de suas pedras inolvidáveis obras. Para Moisés, a pedra serviu de papel perfeito para Deus materializar seus mandamentos; para David, as pedras foram sua defesa que o precaveram contra o gigante; para Gideão, foram imprescindíveis para edificar um altar; e para Jacó, a pedra fez-se seu travesseiro.
Embora possamos assumir que o problema é a pedra, podemos, de outro modo, entender que a grande questão é o que dela fazemos.
A sugestão de grandes sábios, como Confúcio, é não deixarmos que as dificuldades nos abatam e ficarmos vigilantes com o que as pedras fazem dentro de nós. A pedra no caminho pode nos esmorecer, mas, na posse do ser que busca reformar-se, simboliza reconstrução, a base de uma obra ainda mais esplêndida e resiliente. E mesmo que haja tropeços, sempre haverá outra oportunidade para levantar-se, desde que nos arrependamos e nos conscientizemos de verdade. Um dizer umbandista preconiza que “se teu Orixá deixou que uma pedra atrapalhasse seu caminho, é porque ele confiava na sua capacidade em retirá-la e seguir”.
A depender de nossa reação perante as pedras que nos são apresentadas, podemos transformá-las em vestígios de um caminho que nos tornou mais resistentes. Serão lembranças de um acontecimento que nos ensinou a caminhar melhor, mais atentos, mais felizes, tolerantes e revigorados.
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